O que esperar da economia durante o ano de 2016

O ano de 2015 se encerrou apresentando um cenário econômico desfavorável e repleto de situações adversas. O PIB retraiu, a inflação alta, o aumento na taxa do juros e no desemprego foram alguns dos acontecimentos que marcaram o ano que se passou.

Por isso, é preciso focar no ano que se inicia. Juntamente com o começo do ano, previsões econômicas são feitas para preparar os empresários para como será o decorrer do ano e como se planejar para este período. É válido estar atento ao crescimento do PIB, da inflação, do juros, a movimentação do câmbio e em como estará o cenário econômico externo.

Crescimento do PIB

Especialistas afirmam que 2016 começa envolto de incertezas políticas e econômicas, tornando muito difícil fazer estimativas sobre o crescimento da economia no ano. No final de novembro, o governo piorou sua expectativa em relação ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016, prevendo um encolhimento de 1,9% da economia no ano – contra 1% de queda na estimativa anterior. A previsão do FMI é de queda de 1%, enquanto o mercado financeiro espera queda de 2,8%. Talvez a boa notícia sobre o PIB seja que no ano de 2016 teremos um crescimento negativo um pouco menor que em 2015.

Um fator de grande influência no crescimento do PIB é a solução para a crise politica que o país vive. Alguns empresários arriscam até em dizer que a crise atual é exclusivamente política, não econômica. Caso o Governo consiga superar seus obstáculos e desafios, solucionado esse cenário as previsões se tornarão menos pessimistas, segundo especialistas.

Nesse contexto, a expectativa é que o PIB deve decrescer 1,5% e a recuperação econômica deve vir nos anos de 2017 e 2018, com um crescimento ao redor dos 2,5%.

Inflação e Juros

O ano de 2015 foi marcado por forte pressão dos preços no Brasil. A inflação oficial bateu os maiores patamares em vários anos. Para 2015 e 2016, a meta central de inflação é de 4,5%, mas o IPCA, que serve de referência, pode oscilar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida. O governo prevê que a inflação fique em 6,47% em 2016. A previsão do FMI é de 6,3%. Já o mercado espera um IPCA de 6,87%. Especialistas não esperam uma inflação tão alta no ano de 2016 como foi no ano anterior, embora o cenário que se projeta no início de 2016 é contrário a esse número. E ainda esperam uma inflação mais próxima da meta que a de 2015, em torno de 6,5% a 7%, porém considerando que a crise política seja atenuada e alivie assim a pressão sobre os fatores econômicos.

Quanto aos juros, na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que decidiu pela manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 14,25%, foi sugerido que a taxa de juros pode voltar a subir. Porém especialistas não acreditam que o aumento na taxa de juros vá combater a inflação, pois a inflação brasileira não é de demanda, mas é advinda de um problema de choque de preços administrativos.

Pensando nesse contexto, é importante levar em consideração que o dinheiro vindo de terceiros deve ficar mais caro para o empresários. As altas taxas de juros são, em parte, um reflexo do alto risco de investimentos que nosso cenário se projeta.

Os recursos subsidiados também devem ser mais escassos. Além da notícia de corte das verbas de incentivo ao Sistema S, que foi destaque no final de 2015, o Governo também está reduzindo os investimentos em financiamentos subsidiados via BNDES e fundos públicos.

Câmbio

Os economistas esperam volatilidade no câmbio em virtude da estabilidade política, mas não apontam possibilidade de o dólar voltar a patamares mais baixos. Para eles, o câmbio vai continuar extremamente volátil para cima e para baixo. Se a gente chegar a um equilíbrio econômico, tende dar uma equilibrada num patamar um pouco abaixo do que estamos hoje. Porém, quanto mais tempo demorar para isso acontecer, menor vai ser a redução entre a taxa que estiver vigorando e a taxa que vai vigorar depois do equilíbrio – ou seja, o dólar vai cair menos. Especialistas ainda citam como fator que tende a deixar o câmbio volátil em 2016, o cenário internacional, com o mercado de olho no ritmo do aperto monetário nos Estados Unidos após a primeira subida da taxa de juros em quase uma década.

Cenário externo

O ano de 2015 foi marcado por preocupações com a desaceleração da economia chinesa e com a recuperação da Europa e dos Estados Unidos, além da queda do preço das commodities nos mercados internacionais. Para os economistas, essas questões devem permanecer sob as atenções em 2016. Nesse ano, a China irá deixar de andar pra trás. Quanto as commodities a situação ainda será ruim e alguém terá que dar uma reduzida na oferta para conseguir subir o preço. E, os especialistas não estão otimistas quanto a uma saída exportadora, que o Brasil volte a crescer por conta das exportações com a taxa de câmbio desvalorizada. Essa saída é muito improvável porque a economia internacional continua andando de lado, com muita dificuldade.

O Governo divulgou no começo deste ano que houve superávit primário na balança comercial, mas não é uma notícia animadora, na medida que isso foi decorrente da alta queda nas importações. Por outro lado, o país deve se manter em destaque nas exportações de grãos, com previsão de leve alta na produção de commodities agrárias e alta nos preços, decorrente da alta do dólar.

Concluindo

A crise parece ainda assolar o país durante este ano e preocupar as empresas, e é preciso estar atento as previsões e se planejar estrategicamente para superar este período, que embora pareça extremamente incerto, também deve oferecer oportunidades. Ao realizar um planejamento voltado para momentos de crise, as empresas garantem que não haja surpresas no processo e durante o ano, estando preparado para o que vier, aproveitando melhor as oportunidades.

E para orientar sobre como fazer um melhor planejamento do ano de 2016, temos um material em vídeo exclusivo e gratuito sobre estratégias em épocas de crise, que você pode conferir neste link, não deixe de conferir.

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