Nos últimos textos do Blog abordamos a cultura Lean e seus efeitos dentro da empresa, visando reduzir desperdícios e mantendo o foco no que é valor, contando sempre com a participação ativa da liderança e da equipe em todo o processo de implementação.
Porém, há alguns anos, os adeptos da metodologia Lean, estão combinando as ideias do Six Sigma com as ideias do Lean para criar uma nova metodologia chamada de Lean Six Sigma.
O Lean Seis Sigma (ou Lean Six Sigma) é uma poderosa metodologia para melhorar o desempenho através da eliminação do desperdício e das causas de defeitos nos processos administrativos, processos de produção ou processos de manufatura, fazendo o uso de controles estatísticos e abordagens matemáticas.
Mas, para ter melhor entendimento sobre as vantagens e o funcionamento do Lean Six Sigma, primeiro é preciso entender o que é a metodologia Six Sigma.
O Six Sigma é uma estratégia de gerenciamento de negócios originalmente desenvolvida pela Motorola, USA em 1981. Busca melhorar a qualidade dos outputs dos processos através da identificação e da remoção da causa destes defeitos (erros) e promover a redução da variabilidade na manufatura e nos processos a partir de análises numéricas. Esta metodologia utiliza-se de uma variedade de métodos, incluindo métodos estatísticos, e cria uma estrutura especial de organização de pessoas dentro da empresa orientada para a gestão da qualidade a partir de dados dos processos.
Cada projeto Six Sigma desenvolvido dentro de uma organização segue uma sequência definida de passos e objetivos quantificados. Estes objetivos podem ser financeiros (redução de custos ou aumento de lucros) ou qualquer aspecto que seja crítico ao consumidor final (geração de valor, segurança, durabilidade, etc.).
Assim, as duas metodologias podem se complementar, formando uma poderosa filosofia que busca melhorar o desempenho das empresas continuamente. As grandes indústrias utilizam em larga escala a combinação das ferramentas e até mesmo o Professor Falconi sugere em seus livros que os gestores de produção considerem sua implantação.
A filosofia do Six Sigma enfatiza a necessidade de reconhecer oportunidades de eliminação de defeitos conforme definição dos consumidores, reconhece que a variabilidade dificulta nossa habilidade de entregar serviços com alto índice de qualidade, requer decisões baseada em dados e incorpora um conjunto completo de ferramentas de qualidade debaixo de um poderoso framework para efetiva resolução de problemas e fornece uma infraestrutura cultural altamente duradoura para obter-se resultados sustentáveis.
Já uma cultura Lean possui o foco em maximizar a velocidade dos processos, conta com ferramentas para análise dos fluxos dos processos e atrasos em cada atividade do processo, está centralizada na separação de “valor agregado e “valor não agregado”, possui várias ferramentas para eliminar a causa raiz das atividades que não agregam valor bem como seus custos e fornece um meio para quantificar e eliminar o custo de complexidade.
Então, percebe-se que as duas metodologias interagem e reforçam uma a outra, e o que separa o Lean Six Sigma de seus componentes individuais é o entendimento que não se deve fazer “apenas a qualidade” ou “só acelerar”, é preciso de um processo equilibrado que possa ajudar uma organização focada na melhoria da qualidade do serviço, conforme definido pelo cliente, dentro de um prazo fixado.