Já estamos no mês de dezembro, ou seja, o fim do ano está muito próximo. E, juntamente com este fator, começam as previsões para saber como será o próximo ano. Para assim saber quais podem ser as perspectivas e expectativas para o ano seguinte.
Pois bem, existem vários tipos de previsão, utilizando-se de vários métodos e critérios estimativos, alguns mais empíricos, outros mais científicos, mas em ambos os casos, um fator extremamente importante é o quanto se crê em suas chances de ocorrência. Geralmente, as previsões visam auxiliar e dar subsídios para planejamento e tomada de decisões no futuro. Com uma boa previsão do futuro, pode-se estar melhor preparado para enfrentá-lo e para mitigar os riscos inerentes ao desconhecido.
Existem, então, vários tipos de previsão: a Previsão de Demanda que visa melhorar o controle de estoques e de suprimentos, a Previsão Financeira que visa melhorar a definição das políticas de investimentos e de gastos e a Previsão Econômica que tem a finalidade de tentar prever o que acontecerá nos próximos anos no Brasil, por exemplo.
Quanto a previsão econômica para o país no ano que vem, o Boletim Focus do Banco Central do Brasil está acenando com as seguintes perspectivas econômicas para 2016, um crescimento de 1% do PIB, a inflação deve girar em torno de 5,6%, o SELIC em 11,5%, portanto em queda durante o próximo ano e o dólar a R$3,30.
Atente-se também para os indicadores do seu setor na hora de projetar o crescimento da empresa. É importante destacar que o PIB consolida o crescimento de todos os setores em um só, portanto não necessariamente considera as particularidades da sua empresa e de seus concorrentes.
Então, neste cenário surge a importância de as empresas se planejarem financeiramente para o próximo ano para que não ocorram surpresas e falta de preparo para todas as situações adversas. E para realizar um planejamento financeiro efetivo alguns fatores merecem atenção.
Realizar previsões para o ciclo operacional
Para garantir o capital de giro, planeje os gastos em cada etapa dos processos utilizados na empresa: fabricação/compra, estoque, venda e entrega. Estabelecer um valor de custo para cada uma dessas etapas, com base numa análise realista, é a forma mais sensata para começar a montar um planejamento financeiro.
Estipule diferentes situações
Prever gastos é certamente mais fácil do que estabelecer o exato valor que entra através de vendas. É importante utilizar as previsões citadas no outro ponto para estipular três possíveis cenários: o de “sobrevivência”, no qual se gasta apenas o necessário para a vida saudável da empresa; o “normal”, que seria aquele em que sobra algum capital para investimentos internos; e o “sucesso”, que o nome já explica, é o capital suficiente para cobrir despesas, fazer investimentos e crescer em lucros, estando longe de riscos de falência. Passar de um cenário para o outro não acontece do dia para a noite, por isso, mantenha sempre o equilíbrio ao estipular as vendas; não aumente os gastos para o mês seguinte só porque vendeu bem no mês passado, mas estabeleça metas para alcançar uma taxa estável de crescimento.
Negocie preços e pagamentos e adiante recebimentos
Uma boa forma de manter dinheiro no caixa é pedir maiores prazos aos fornecedores ou parcelar pagamentos, preferencialmente sem juros. Assim, se inclui a parcela do pagamento no planejamento sem que o peso seja muito grande. Para adiantar recebimentos deve-se, também, investir para ter dinheiro em caixa. Promoções, descontos para compras à vista e outras ações do tipo servem para facilitar a entrada de capital. Quando se trata de promoções, porém, é importante fazer os cálculos para não perder ao invés de ganhar; o objetivo é adiantar lucros para evitar ao máximo fazer empréstimos.
Cuidado com os juros
Não calcular o ciclo operacional e não negociar com os fornecedores pode resultar na necessidade de um empréstimo para cobrir custos e refazer estoque. O problema é que as taxas de juros no caso de crédito liberado rapidamente para cobrir despesas de curto prazo podem chegar a até 10% ao mês, em casos extremos. Guardar um dinheiro de segurança, para cobrir eventuais custos como esses, deve ser um hábito desde o início do empreendimento, de forma a evitar os juros ao máximo.
É importante também saber que no cenário econômico instável com projeção de crescimento na taxa de juros, o dinheiro de crédito fica mais difícil de conseguir.
Calcule o preço ideal para o seu produto
Através da análise do custo de produção, expectativa de lucro, pró-labore dos sócios e outros custos e variáveis é que se determina o valor de um produto ou serviço. O preço deve, invariavelmente, corresponder ao valor necessário para sustentar todos os gastos e promover o crescimento da empresa. Se o preço atual for problemático, voltar ao plano de negócios é uma opção para rever os processos utilizados e estudar formas de reduzir custos, promover mais entradas ou aumentar preços.
Conclusão
Para o próximo ano é preciso elaborar um planejamento financeiro que atenda as previsões econômicas para o país de forma que não existam brechas ou falhas na forma como agir em situações adversas. E não deixe de ser rígido quanto ao controle financeiro, medir o Retorno Sobre Investimento (ROI) com regularidade é importante, bem como adotar alguma ferramenta de gestão financeira que ajude a manter o fluxo de caixa e os gastos mensais sempre atualizados.
E, para alinhar o planejamento financeiro com o planejamento estratégico confira este texto do Blog em que falamos como planejar estrategicamente sua empresa para épocas de crise!