Como o cenário econômico brasileiro se comportou durante o ano de 2015

O ano de 2015 foi um ano muito incerto, tivemos diversos altos e baixos, ameaças de crise, uma situação econômica que muito preocupou e assustou administradores em todo o país. A situação econômica brasileira foi marcada por números de inflação e juros elevados e até o momento da publicação desse texto, as projeções são de uma retração alta do PIB..

Então, foi essencial durante o ano, que os administradores se adaptassem a estas situações adversas e tivesse cautela em seus investimentos, além de buscar alternativas de redução de custos e planejamento para momentos de cise. O mercado, por consequência, sentiu essa mudança de postura por parte das empresas.

Mas, o ano está chegando ao fim. E com isto vale a pena relembrar os principais acontecimentos econômicos do ano, para assim pensar na previsão para o próximo ano e se manter preparado.

Economia Política

O ano começou com a Presidente Dilma assumindo o seu primeiro ano do segundo mandato, e, como Presidente reeleita, ela teve que enfrentar um início de ano com o país divido, pois as eleições foram muito acirradas e ela foi eleita por pouca diferença de votos. Seu discurso, na época, era de mudanças especialmente na economia do país, que já começava a demonstrar sinais de fraqueza e sua projeção sempre foi otimista quanto ao que fosse necessário para manter o crescimento ou superar as dificuldades previstas

E para isto nomeou o ex-superintendente do Bradesco e ex-secretário de Estado da Fazenda do Rio de Janeiro, Joaquim Levy, para tentar resgatar a credibilidade da economia nacional, contornar as finanças públicas e garantir o ajuste fiscal e, consequentemente, o grau de investimento do país, o que apenas configurou-se em partes.

O que se demonstrou foi que Levy, no início, tinha uma visão diferente do que a política do Poder Executivo estava demonstrando e levou um certo tempo até que houvesse um alinhamento. Com isso, uma insegurança em suas decisões pairou sobre o mercado desde o início do ano, carregando durante todo o tempo traços de que as decisões do Ministro seriam um tanto quanto imprevisíveis.

O que vemos hoje no noticiário do final do ano é que realmente Levy não atendeu as expectativas do Governo e por consequência, já há indícios de que ele deve ser substituído para o ano de 2016.

Escândalos

Logo após os acertos de segundo mandato,o país sofreu com escândalos, que tornaram o cenário econômico brasileiro preocupante e foi instalada uma séria crise política que está corroendo a economia até hoje. O ex-diretor da área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró foi preso e tantos outros  pela Policia Federal envolvidos no esquema de corrupção na estatal apurado pela Operação Lava Jato.  E, ainda neste assunto, a Presidente da Petrobras, Graça Foster, e mais outros cinco diretores renunciaram seus cargos.

Consequentemente, os trâmites políticos e judiciais da Operação começaram a colocar a tona mais escândalos que iriam além da Petrobras. Começaram a surgir então esquemas de corrupção entre as construtoras que estavam envolvidas com a petroleira, chegando no final do ano a prender também o Presidente do BTG, André Esteves.

Em meio a jogos políticos e uma série de fatos, o país foi muito prejudicado e a operação continua até o presente momento, onde vão surgindo sempre novos nomes e novas investigações que devem perdurar ainda em 2016, sem prazo de fim.

Além da principal operação, a Lava Jato, outros fatos políticos judiciais estão tramitando e devem se estender por 2016, como o processo de Impeachment da Presidente Dilma Rousseff.

A consequência de todos esses escândalos é uma crise política instaurada que gera uma incerteza econômica gigante tanto para os empresários brasileiros como para os investidores estrangeiros. Resultado: as principais agências de investimento estrangeiras rebaixaram a nota de bom pagador do Brasil, colocando o país em uma situação de investimento de risco.

Com isso, o dinheiro do exterior fica mais caro para os empresários brasileiros e por consequência, é bem provável que em 2016 os juros fiquem ainda maiores.

Indicadores econômicos

No início de 2015 esperava-se uma inflação próxima do teto da meta, que é de 6,5% ao ano e crescimento nulo para o país, o que não ocorreu devido à drástica piora da economia nacional. Além disso, os preços administrativos de combustíveis e energia elétrica tiveram uma alta considerável.  A taxa de juros (Selic) também sofreu elevação, tendo iniciado o ano em torno de 11,75% e termina 2015 em 14,25%, a taxa mais alta dos últimos 9 anos.

O país também passou por momentos de racionamento de energia e água devido à falta de chuvas no Sudeste, um problema que impactou seriamente a região.

A taxa de desemprego também obteve elevação durante o ano e discussões em torno do ajuste fiscal também fizeram a corda balançar para o atual ministro da Fazenda, que entregará o ano cheio de indicadores depreciados, como na indústria e nos índices de confiança do consumidor e do empresariado, que atingem níveis historicamente baixos.

Em termos de crescimento, esperava-se estabilidade (ou crescimento zero) para o PIB no início de 2015, mas o ano deve fechar com recuo de pelo menos 3% no indicador que mostra o crescimento da economia  e as previsões para 2016 configuram a possibilidade de uma nova queda, o que configuraria uma recessão não vista há pelo menos 80 anos.

Moeda

O valor do dólar também foi um assunto que gerou muita repercussão e ainda deve incomodar em 2016. Durante o ano chegou a ultrapassar os R$ 4,00, o que muito assustou e prejudicou aqueles que possuem investimentos de fora no Brasil ou que tem seus custos vinculados a moeda americana, principalmente as importações. E, encerrará o ano próximo ao patamar de R$ 4,00 e inflação de dois dígitos, o que não ocorria desde 2002.

Como a nota do Brasil foi rebaixada agora no final do ano colocando o país como um investimento de risco, o dinheiro do mercado internacional não deve vir para o Brasil com a mesma intensidade que nos anos anteriores. Por isso, o valor da moeda americana deve continuar instável e especulativa, com grandes possibilidades de se manter em alta em 2016.

Mas, nem tudo é pessimismo

Apesar de todos estes acontecimentos e números que não apresentam perspectiva de crescimento, o ano está se encerrando com boas perspectivas para muitas empresas brasileiras e com ele, novos planos, conquistas, perspectivas e idealizações surgem para o ano de 2016.

Embora tudo pareça caminhar para o caos, a crise tem se apresentado setorial e ainda há muitas empresas que encontraram novos mercados ou descobriram formas de superar as dificuldades e devem em 2016, ainda assim planejar expansão e crescimento.

E, com essa visão para o futuro, em que as empresas podem se preparar e aprender como agir em momentos como este, que a CorporativoSupply deseja Boas Festas e um excelente Ano Novo, cheio de novas realizações e conquistas financeiras e de crescimento!

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