Como falamos no post anterior aqui do Blog, em algumas empresas, ainda se comete o erro de misturar as contas pessoais das contas da empresa, comprometendo a gestão financeira do negócio. E demos algumas dicas de como evitar que isso continue acontecendo e acabe por levar a empresa a falência.
Parte do processo de organização das contas e dos salários dos sócios é aprender a calcular o chamado pró-labore, que é considerada a remuneração que um indivíduo que detém parte das cotas da empresa recebe pelo seu trabalho e dedicação ao negócio.
Há uma grande confusão com relação a isto, pois muitos empresários o realizam de forma errônea, tendo como o “salário” dos administradores a divisão dos lucros finais da empresa ou até mesmo do caixa disponível no período, e acabam por cometer o erro de colocar a pessoa física a frente da pessoa jurídica, em uma hierarquia que é extremamente prejudicial ao negócio.
Então, para dar início ao cálculo do pró-labore dos sócios é preciso estar atento em todas as despesas da empresa e dar atenção aos custos variáveis e fixos, sabendo alocar corretamente o pró-labore. Uma compreensão correta dos conceitos e de como calcular o custo do salário dos sócios já faz uma enorme diferença na gestão.
Custos variáveis
Classificamos como custos ou despesas variáveis aqueles que variam proporcionalmente de acordo com o nível de produção ou atividades. Seus valores dependem diretamente do volume produzido ou volume de vendas efetivado num determinado período. São, por exemplo, as matérias primas, que aumentam ou diminuem de acordo com a produção, a comissão dos vendedores e, até mesmo os impostos relacionados com a receita.
Custos fixos
Custos fixos são aqueles que não sofrem alteração de valor em caso de aumento ou diminuição da produção, ou variam muito pouco. Independem, portanto, do nível de atividade, conhecidos também como custo de estrutura. São despesas como aluguel, folha de pagamento, segurança e limpeza.
É dentro dos custos fixos que deve estar o pró-labore dos sócios, pois os mesmos devem ser tratados como pessoas físicas que fazem parte do quadro de funcionários. Os sócios fazem parte da folha de pagamento, devem receber um “salário” proporcional a atividade realizada dentro da empresa, definido de acordo com critérios pré-estabelecidos.
E, para calcular o valor do pró-labore, alguns passos precisam ser adotas, como definir uma função, pesquisar o mercado e não esquecer dos impostos.
Definir uma função
O primeiro passo já foi dado, que foi escolher a melhor maneira de remunerar todos os sócios. O pró-labore é usado quando os empresários trabalham diretamente na empresa, sendo um valor fixo pago todos os meses.
Então, é preciso definir qual função irá exercer na empresa e as atribuições do cargo que irá realizar. Por exemplo, se for o responsável pelo planejamento e controle dos trabalhos executados no seu negócio, é possível chegar ao valor que custaria à empresa a contratação de um gerente para realizar as mesmas funções.
Pesquisar o mercado
Após a definição do cargo, é chegada a hora de pesquisar o valor justo para a função. É possível consultar empresas de recrutamento e seleção para se ter uma média do valor profissional no mercado ou consultar jornais e sites que contenham informações específicas e atuais sobre a média salarial. Responder a perguntas como “Qual o valor de um profissional no mercado de trabalho para ocupar minhas funções?” ou “Caso precise me afastar, qual seria o salário adequado para um substituto?” também ajudam.
Não esquecer dos impostos
E, para finalizar, antes de chegar ao valor final, não deve esquecer de calcular os impostos sobre o pró-labore. São eles:
- INSS: no valor fixo de 11%
- IRPF (imposto de renda de pessoa física): de acordo com a mesma tabela que incide para funcionários da empresa.
Concluindo
O pró-labore deve ser um valor justo com a empresa de forma a não comprometer seus lucros, e não deve atrapalhar outras despesas do negócio, e justo com o mercado, que precisa ser definido com base no trabalho, e não em quanto o dono gostaria de ganhar.
É importante sempre ter em mente que os lucros da empresa não são necessariamente os lucros dos sócios e portanto, devem ser calculados separadamente. O pró-labore não é participação ou distribuição de lucros e vice-versa.
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